terça-feira, 19 de agosto de 2008
O SER TRANSPARENTE
O vigilante que vigia a noite
Não é o mesmo que vigia o dia
Um é escuro
enquanto o outro é claro como a neve
A fôrma que forma
Não é a mesma que deforma
Uma é reta
A outra é torta.
O útero que gera o negro
É vermelho
Enquanto o útero que gera o branco
Também é vermelho.
O homem que cria, diferenças que não existem
Sonâmbula em pesadelos
E o homem que não tem preconceito ou cor...
Apenas dorme.
segunda-feira, 18 de agosto de 2008
REFLEXÃO
O amor é como um cristal bonito, fino e frágil, tão tênue como a linha que separa a vida da morte.
A lealdade é a justa diferença, que faz pesar a nosso favor a balança das nossas realizações e merecimentos.
A amizade é um rio largo e profundo, que podemos atravessar sem medo ou perigo, quando se descobre o verdadeiro significado da palavra AMIZADE. Nesse momento, descobrimos o poder de flutuar sobre as águas, tornando qualquer travessia segura e tranqüila.
E a vida é o lago onde pescamos as botinas velhas e outras coisas não comestíveis, que devemos fatalmente devolver ao lago.
Pescaremos sapos que deveremos engolir independente da nossa vontade.
Mas, se tivermos paciência e determinação, seremos finalmente recompensados com um lindo peixe, de tamanho e peso exato para saciar todas as nossas fomes.
sábado, 16 de agosto de 2008
MUITO TOLO!
Meus olhos não sabiam como te ver
Minha razão não sabia como te perceber
Te achei a melhor e maior coisa do mundo
Inventei o maior amor do mundo
Com todas as cores possíveis e imagináveis
Para que você coubesse nele
E as cores para harmonizar com as tuas
Dimensionei você mal
Logo à percebi aquém
Que sobrava muito espaço no meu amor
Nem precisava de tanta cor
Apenas preto e cinza bastavam
E sabe por que????
Meu coração não sabia como bater
Meus olhos não sabiam como te ver
Minha razão não sabia como te perceber
E minha tolice não soube se conter!
DESAPRENDI A SONHAR
Parece estranho e infinito pesadelo
cada passo um desconforto
Quando você quer rir e não pode!
Quando você quer respirar e não pode!
Quando quer comer e não pode!
Quando você quer falar e não pode!
Quando quer beber e não pode!
Quer dormir e não pode!
Quer sonhar e não pode!
Tudo perde o sentido....
A tristeza te invade....
Cada pensamento fica corrompido...
Você descobre que trocaria tudo
Pela realidade....
Porque não pode mais imaginar!
Porque não pode mais sonhar!
Perde a razão e a ação!
Desaprende a língua dos sonhos!
Não sabe mais apenas sonhar!
Quer vê-la....
Senti-la...
Toca-la....
sexta-feira, 15 de agosto de 2008
PARA QUE SAIBAS
Ritmos descompassados
Tum...bang...bum...tic...tum
É meu coração batendo torto
Enquanto o pensamento
Te busca em algum lugar.
Instrumento do tempo, inimigo meu
O relógio não para seus ponteiros
Por minha vontade
E nem os adianta pelos meus desejos
Te queria agora!
Como fazer?
Travo uma luta cruel e desigual
Fatalmente serei o perdedor dessa contenda.
Meu inimigo o tempo, ri impassível e indiferente
À minha vontade de querer-te
De corpo e beijos a saciar desejos.
A angustia me toma
Como querer-te tanto em tão pouco tempo
Se apenas o tempo me dirá se me queres igual?
E se quiseres....como tê-la mais tempo
Se não domino as horas?
Desperto para uma nova realidade
A tua realidade!
Que sai de um sonho do querer
Para uma realidade
Com forma e nome de mulher
Que gosto e quero
Depois de algumas horas de sua ausência
Escondo minha saudade sob um sorriso
Idiota e sem verdade
E quando me pergunto o que você representa
Tento me convencer
que és para mim indiferente.
Idiota que sou!
Como enganar sentimentos tão íntimos
E responder com pensamentos evasivos e mentirosos?
Tudo bem!
Esses pensamentos que emergem
De um corpo sofrido e com medo
Mas que tem como interlocutor
Um coração que não aceita inverdades ou fugas.
Apaixonadamente, entrego-me como clandestino
A essa viagem pela tua imagem de mulher
Que pode ser a nave que me leve aos céus
Ou o passaporte com passagem só de ida
Para o inferno da desilusão e da dor.
Sei que te quero
Para que vivas na minha vida e poesias
Me fazendo transgredir todas as regras e barreiras
Que hoje, só, não consigo dominar
Pois sei que sou mortal e vulnerável
Separados somos impotentes e fracos
Mas, quando duas vidas se juntam
Unidos por sentimentos e com sentimentos
Elevam-se a condição de deuses supremos
E o impossível deixa de existir.
A DAMA DE NEGRO
Quando o tempo passa,
Não pouco, mas, muito
Falamos e pensamos coisas
Por vezes
aparentemente desconexas
pensamos ser em língua estranha
como latim ou grego
quando o tema
é a dama de negro.
Como será que virá
Ou já veio
Como já nos arrebatou em seu seio
Magro mas acolhedor
De onde ninguém escapa ou evita
De viver esse estranho amor.
Ela passa a dormir na minha cama.
Não quero ou peço.
mas ela também não pede
apenas comigo se deita todos os dias
e comigo faz amor mórbido
como um ser vil e sórdido.
Onde não se da ou recebe
Sorrisos, sussurros, urros,
Ou gemidos de gozo.
Parece, que de forma não consentida por mim
Masturba o pênis da minha alma
Com sua mão feia,
Magra e fria
Me faz gozar sem prazer,
Só agonia.
Extenuado, me quedo inerte
Pelo cansaço do gozo
Que não soma vida ou prazer
Apenas me mata como dever
De alguém, que mesmo sem fome
Minha carne quer comer
Ate os meus ossos roer.
Não posso evitar dormir.
É questão de tempo
Não de sorte
não ter que fechar os olhos e dormir
e ter como companhia.... A MORTE
quinta-feira, 14 de agosto de 2008
ESTOU VIVO!!
Apenas mais uma chance se foi mas não se foram todas, venha o que vier, aconteça o que acontecer hoje...amanhã invento outro futuro.
Condeno à total indiferença as chances que não tive ontem, ou as que tive e não soube aproveitar. É por isso que vou sorrir sempre para o dia de hoje, sou mestre em inventar e fabricar meu futuro pois sou criativo, determinado e otimista e sei também que a qualquer tempo podemos realizar qualquer coisa.
Querem saber a grande mágica????
É simplesmente estar vivo!
O ETERNO QUE ACABA
Ei você!!
Você mesmo!!!!
Você que inventou o amor
Aquele que conheço e sempre vejo
Aquele que é simples desejo
Maquiados de afagos e beijos
Escrita em versos e prosa
Que tem no seu símbolo a rosa
Rimas cansadas e mentirosas.
Que, com retórica idiota
A teimosia de rimar o amor
Com tudo de bom sabor
Falando dele com fervor
Como um hino de louvor.
Hora.... Faça-me o favor
Trate de nele por
A sua verdadeira cor
Sem sofisma ou metáfora
Fale dele a verdade
Caia na realidade
Coloque-o mais real
Como um sentimento que passa
Que como tudo, morre, finda.... acaba
E quando não morto ou findo
Transforma-se do lindo e valioso topázio
Em um simples citrino.
Que por filosofia falida
Tentamos adornar
O que esta feio, pobre e fraco
Com cores sem brilho...opaco
Em preciosidades eternas.
Ora bolas!!
Faça dele o vinho raro
Servido em bela taça
Depois de servido e bem degustado
Apenas uma lembrança que se esquece
E o eterno que acaba... passa..
terça-feira, 12 de agosto de 2008
ESTRADAS
Um dia eu triste
Viajava por estradas sem fim
Sem recomeço para você
Sem recomeço para mim
Um dia eu triste
Viajava por estrada escura
Coração magoado e doente
Sem saber qual era a cura
Um dia eu triste
Viajava por estrada infeliz
Arrancaram do chão meu amor
Sem deixar sequer a raiz
Um dia eu triste
Viajava por estrada sem céu
Mas vi a face da sorte
Que para mim tirava o véu
Um dia eu menos triste
Viajava uma ultima viagem
Tinha que sepultar um amor
Mas eu não tinha coragem
Um dia eu consciente
Parei aquela agonia
Apenas sai da estrada
Que a minha paz consumia
Um dia depois do passado
Voltei à estrada sem medos
E vi que no chão que pisei
Hoje, jardins e brinquedos
segunda-feira, 11 de agosto de 2008
MÃOS DADAS
Que bom que você chegou
Agora tenho alguém
Alimento da vontade de muitos beijos
Fazer carinho e dizer gracejos
Alguém para pegar na mão
Brincar de pique em seu corpo e coração
Ate tocar seus pés
Perder qualquer noção
De tempo, espaço ou razão
Voltar a ter poesia
Escrevê-la em versos que possa
Saber o que é alegria
Fazendo versos simples
E até por rima na prosa
De palavras com cores claras
Que se parecem contigo
Que aos meus sonhos de desejos
O meu melhor encontro e abrigo
Onde levitar no êxtase do achado mágico
Sem pensar em fim ou no trágico
É mais comum e pleno
Pois cada segundo com você
E chuva, orvalho e sereno
Que molha e rega a vida de uma vida inteira
Que não deixa pegadas pela areia do tempo
Pois e um constante levitar de felicidades
Onde as pegadas são o próprio tempo.
TEMOS PRESSA?
Pare de olhar-me apenas!
Faça alguma coisa ou apenas vá
Não fique com essa cara
De quem viu um fantasma
Perceba e viva agora
Esse desejo de fundir
Os acenos chamativos
Meus sentimentos confusos ou equivocados
Ao seu incerto querer criança
Faça isso agora e sem demora
Pois a cada segundo que passa
Corremos perigo
De perder o abrigo do desejo inocente
Que só ama, mas é cego e desavisado.
Quanto tempo pode levar a sua alma menina
Para perceber que posso não ser uma idéia tão boa
Ou um desejo desejado e não um inventado?
Posso ser o brinquedo que se quebre ao primeiro toque
E meu amor antigo entrar em conflito
Com esse novo que lhe deu abrigo
Pois agora só importa
Que seja eu o deus e você a deusa
E tudo poder contigo
Ate mesmo apagar o tempo e o mundo
E viver o primeiro beijo
Depois de muitos
O primeiro sono de esperança
Depois da insônia ansiosa
Pois se a manhã chegar breve
Os sonhos acordarem cedo
E a realidade morta despertar
As lentes mágicas se quebrarem irremediavelmente
E revelar os medos e descompassos
Mostrando a verdadeira face sem véu.
Deixando um vácuo em nosso céu
Uma leve lembrança do que fomos ou somos
Quem sabe apenas um nada ou nunca?
sábado, 9 de agosto de 2008
O NOVO SIGNO
Me perco por horas a fio
Tentando entender tantas coisas
O sentimento longe e vazio.
Tudo some....sou todo paz
Parte fundida nesse infinito
Me sinto menos carne e homem
Apenas um ser sem conflitos.
Viajo mundos que não descrevo
Sem palavras, apenas sensações
O despertar de sonhos sem lembranças
Semideus, sem perguntas ou imposições.
Já não quero entender tudo
Apenas fazer parte do todo
Não me cabe mais questionar
Se sou água, terra ou lodo.
Aos pouco vou lotando
Corpo, alma e sentimento
De algo que não sei...só sinto
Um novo e desconhecido elemento.
Distorço universos e mundos
Acima do céu azul
E toco em constelação
Da estrela que vem lá do sul.
Novo elemento translúcido
Seu símbolo e um coração
Que rege os que nasceram
Com amor, carinho e paixão.
Nasceu uma nova constelação
O décimo terceiro signo
A mais linda e luminosa
Que tem como seu guardião
O lindo ANJO COR DE ROSA.
sexta-feira, 8 de agosto de 2008
Passa lento o rio
Regando a terra
Lambendo seu seio
Descendo a serra
Cheio de curvas
Refrescando a terra
Dando-lhe vida.
A terra saboreia essa carícia
Goza de prazer
Se abrindo mais e mais
E o rio
Penetra em suas entranhas
Dando-lhe mais gozo e mais vida.
Quando morta de fadiga
Por tanto prazer
Abre-se ainda mais
Permitindo que o rio lhe rasgue
Marcando sua superfície
Como uma cicatriz viva.