segunda-feira, 27 de outubro de 2008

MUTANTE



Não sou o mesmo de ontem

Lembro de fatos e coisas passadas

Que se misturam com o presente

E com o futuro que consigo ver.

Os dias, horas e minutos

Contados no calendário de minha vida

Ou no relógio das experiências

Não me dão garantias que o tempo passou.

Transpus portas e portas

E muitas ainda vou transpor

Quando é hora de atravessá-las

É impossível fugir.

Esse caminhar sem tréguas

Sem saber porque ando para frente

Sempre, de maneira compulsiva

Como a desvendar algo oculto.

Parece uma viagem

Com quilômetros de coisa alguma

E que ao seu final

Chega-se a lugar nenhum.

Quando penso chegar ao fim

Vem-me a certeza inexorável

Que novamente estou começando

Algo maior que podia supor.

Todas as portas que transpus

A cada começo que deveria ser fim

Não conseguia nunca mais

Ser a mesma pessoa.

Vejo mais uma porta

Do outro lado, ruídos de uma oficina

Pressinto que constroem para mim

Um novo destino.

E como entrar

Em uma montanha russa

Que da medo, frio e vazio

A cada movimento desconhecido e brusco.

Que diferença faz

Para alguém como eu

Com tantos caminhos a seguir

E tantas opções a fazer???

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Ser Forte


Ser forte não é deixar de poder sentir e vivenciar os fracassos, as dores, as decepções, os desamores, as derrotas e as tristezas inerentes a vida.
Ser forte é passar por tudo isso e continuar sabendo-se um forte, perceber-se humano forte que nem por isso perdeu a ternura e nem sucumbiu diante de comentários levianos.
Deve perceber que é seu direito olhar para traz e saber que pode ter perdido uma batalha, mas venceu uma mais cruel e sangrenta que é a batalha contra a mediocridade do ser.
Sentir-se com poder de olhar para frente e ter a certeza que as lutas da vida existem para serem vencidas em quantas e tantas batalhas devam ser lutadas para que possam vir a se transformar em vitorias definitivas.
Devemos levantar de cada queda ou derrota com a convicção de que, qualquer derrota ou queda não devem se transformar em autocomiseração, prostração ou lamentos covardes ou desculpas esfarrapadas para não se levantar e seguir em frente.
Ser forte é ter que ajoelhar-se depois da derrota sem sentir-se humilhado por isso.
Levantar-se por dever e honra e buscar a derradeira batalha, a batalha que porá fim ao seu pior inimigo que é você mesmo com seus conceitos arrogantes e equivocados, mas só poderá fazer isso, se puder olhar para traz sem vergonha das derrotas sofrida e com a certeza que a evolução conceitual e moral são imperativas ao guerreiro que quer evoluir.
E quando vencer a si mesmo, ajoelhe-se novamente, não por imposição, mas pela opção de humildade e orgulho de ter vencido a sua pior e mais difícil batalha, mas não se olhe com orgulho falso e nem com humildade hipócrita, olhe para si mesmo, com a certeza daquele que simplesmente fez o que deveria ser feito para ser o soberano de sua própria vida.


terça-feira, 19 de agosto de 2008

O SER TRANSPARENTE



O vigilante que vigia a noite
Não é o mesmo que vigia o dia
Um é escuro
enquanto o outro é claro como a neve


A fôrma que forma
Não é a mesma que deforma
Uma é reta
A outra é torta.

O útero que gera o negro
É vermelho
Enquanto o útero que gera o branco
Também é vermelho.

O homem que cria, diferenças que não existem
Sonâmbula em pesadelos
E o homem que não tem preconceito ou cor...
Apenas dorme.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

REFLEXÃO


O amor é como um cristal bonito, fino e frágil, tão tênue como a linha que separa a vida da morte.

A lealdade é a justa diferença, que faz pesar a nosso favor a balança das nossas realizações e merecimentos.

A amizade é um rio largo e profundo, que podemos atravessar sem medo ou perigo, quando se descobre o verdadeiro significado da palavra AMIZADE. Nesse momento, descobrimos o poder de flutuar sobre as águas, tornando qualquer travessia segura e tranqüila.

E a vida é o lago onde pescamos as botinas velhas e outras coisas não comestíveis, que devemos fatalmente devolver ao lago.

Pescaremos sapos que deveremos engolir independente da nossa vontade.

Mas, se tivermos paciência e determinação, seremos finalmente recompensados com um lindo peixe, de tamanho e peso exato para saciar todas as nossas fomes.

sábado, 16 de agosto de 2008

MUITO TOLO!


No primeiro momento que a vi
Meu coração não sabia como bater
Meus olhos não sabiam como te ver

Minha razão não sabia como te perceber
Te achei a melhor e maior coisa do mundo
Inventei o maior amor do mundo

Com todas as cores possíveis e imagináveis
Para que você coubesse nele

E as cores para harmonizar com as tuas
Dimensionei você mal

Logo à percebi aquém
Que sobrava muito espaço no meu amor
Nem precisava de tanta cor
Apenas preto e cinza bastavam
E sabe por que????
Meu coração não sabia como bater
Meus olhos não sabiam como te ver
Minha razão não sabia como te perceber
E minha tolice não soube se conter!

DESAPRENDI A SONHAR




A estrada para ela
Parece estranho e infinito pesadelo
cada passo um desconforto
Quando você quer rir e não pode!

Quando você quer respirar e não pode!
Quando quer comer e não pode!

Quando você quer falar e não pode!

Quando quer beber e não pode!

Quer dormir e não pode!

Quer sonhar e não pode!

Tudo perde o sentido....

A tristeza te invade....
Cada pensamento fica corrompido...

Você descobre que trocaria tudo

Pela realidade....
Porque não pode mais imaginar!

Porque não pode mais sonhar!

Perde a razão e a ação!

Desaprende a língua dos sonhos!
Não sabe mais apenas sonhar!
Quer vê-la....
Senti-la...
Toca-la....

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

PARA QUE SAIBAS



Ritmos descompassados

Tum...bang...bum...tic...tum

É meu coração batendo torto

Enquanto o pensamento

Te busca em algum lugar.

Instrumento do tempo, inimigo meu

O relógio não para seus ponteiros

Por minha vontade

E nem os adianta pelos meus desejos

Te queria agora!

Como fazer?

Travo uma luta cruel e desigual

Fatalmente serei o perdedor dessa contenda.

Meu inimigo o tempo, ri impassível e indiferente

À minha vontade de querer-te

De corpo e beijos a saciar desejos.

A angustia me toma

Como querer-te tanto em tão pouco tempo

Se apenas o tempo me dirá se me queres igual?

E se quiseres....como tê-la mais tempo

Se não domino as horas?

Desperto para uma nova realidade

A tua realidade!

Que sai de um sonho do querer

Para uma realidade

Com forma e nome de mulher

Que gosto e quero

Depois de algumas horas de sua ausência

Escondo minha saudade sob um sorriso

Idiota e sem verdade

E quando me pergunto o que você representa

Tento me convencer

que és para mim indiferente.

Idiota que sou!

Como enganar sentimentos tão íntimos

E responder com pensamentos evasivos e mentirosos?

Tudo bem!

Esses pensamentos que emergem

De um corpo sofrido e com medo

Mas que tem como interlocutor

Um coração que não aceita inverdades ou fugas.

Apaixonadamente, entrego-me como clandestino

A essa viagem pela tua imagem de mulher

Que pode ser a nave que me leve aos céus

Ou o passaporte com passagem só de ida

Para o inferno da desilusão e da dor.

Sei que te quero

Para que vivas na minha vida e poesias

Me fazendo transgredir todas as regras e barreiras

Que hoje, só, não consigo dominar

Pois sei que sou mortal e vulnerável

Separados somos impotentes e fracos

Mas, quando duas vidas se juntam

Unidos por sentimentos e com sentimentos

Elevam-se a condição de deuses supremos

E o impossível deixa de existir.

A DAMA DE NEGRO

Quando o tempo passa,

Não pouco, mas, muito

Falamos e pensamos coisas

Por vezes

aparentemente desconexas

pensamos ser em língua estranha

como latim ou grego

quando o tema

é a dama de negro.

Como será que virá

Ou já veio

Como já nos arrebatou em seu seio

Magro mas acolhedor

De onde ninguém escapa ou evita

De viver esse estranho amor.

Ela passa a dormir na minha cama.

Não quero ou peço.

mas ela também não pede

apenas comigo se deita todos os dias

e comigo faz amor mórbido

como um ser vil e sórdido.

Onde não se da ou recebe

Sorrisos, sussurros, urros,

Ou gemidos de gozo.

Parece, que de forma não consentida por mim

Masturba o pênis da minha alma

Com sua mão feia,

Magra e fria

Me faz gozar sem prazer,

Só agonia.

Extenuado, me quedo inerte

Pelo cansaço do gozo

Que não soma vida ou prazer

Apenas me mata como dever

De alguém, que mesmo sem fome

Minha carne quer comer

Ate os meus ossos roer.

Não posso evitar dormir.

É questão de tempo

Não de sorte

não ter que fechar os olhos e dormir

e ter como companhia.... A MORTE

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

ESTOU VIVO!!


Apenas mais uma chance se foi mas não se foram todas, venha o que vier, aconteça o que acontecer hoje...amanhã invento outro futuro.
Condeno à total indiferença as chances que não tive ontem, ou as que tive e não soube aproveitar. É por isso que vou sorrir sempre para o dia de hoje, sou mestre em inventar e fabricar meu futuro pois sou criativo, determinado e otimista e sei também que a qualquer tempo podemos realizar qualquer coisa.
Querem saber a grande mágica????
É simplesmente estar vivo!

O ETERNO QUE ACABA



Ei você!!

Você mesmo!!!!

Você que inventou o amor

Aquele que conheço e sempre vejo

Aquele que é simples desejo

Maquiados de afagos e beijos

Escrita em versos e prosa

Que tem no seu símbolo a rosa

Rimas cansadas e mentirosas.

Que, com retórica idiota

A teimosia de rimar o amor

Com tudo de bom sabor

Falando dele com fervor

Como um hino de louvor.

Hora.... Faça-me o favor

Trate de nele por

A sua verdadeira cor

Sem sofisma ou metáfora

Fale dele a verdade

Caia na realidade

Coloque-o mais real

Como um sentimento que passa

Que como tudo, morre, finda.... acaba

E quando não morto ou findo

Transforma-se do lindo e valioso topázio

Em um simples citrino.

Que por filosofia falida

Tentamos adornar

O que esta feio, pobre e fraco

Com cores sem brilho...opaco

Em preciosidades eternas.

Ora bolas!!

Faça dele o vinho raro

Servido em bela taça

Depois de servido e bem degustado

Apenas uma lembrança que se esquece

E o eterno que acaba... passa..

terça-feira, 12 de agosto de 2008

ESTRADAS





Um dia eu triste

Viajava por estradas sem fim

Sem recomeço para você

Sem recomeço para mim


Um dia eu triste

Viajava por estrada escura

Coração magoado e doente

Sem saber qual era a cura


Um dia eu triste

Viajava por estrada infeliz

Arrancaram do chão meu amor

Sem deixar sequer a raiz


Um dia eu triste

Viajava por estrada sem céu

Mas vi a face da sorte

Que para mim tirava o véu


Um dia eu menos triste

Viajava uma ultima viagem

Tinha que sepultar um amor

Mas eu não tinha coragem


Um dia eu consciente

Parei aquela agonia

Apenas sai da estrada

Que a minha paz consumia


Um dia depois do passado

Voltei à estrada sem medos

E vi que no chão que pisei

Hoje, jardins e brinquedos

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

MÃOS DADAS



Que bom que você chegou

Agora tenho alguém

Alimento da vontade de muitos beijos

Fazer carinho e dizer gracejos

Alguém para pegar na mão

Brincar de pique em seu corpo e coração

Ate tocar seus pés

Perder qualquer noção

De tempo, espaço ou razão

Voltar a ter poesia

Escrevê-la em versos que possa

Saber o que é alegria

Fazendo versos simples

E até por rima na prosa

De palavras com cores claras

Que se parecem contigo

Que aos meus sonhos de desejos

O meu melhor encontro e abrigo

Onde levitar no êxtase do achado mágico

Sem pensar em fim ou no trágico

É mais comum e pleno

Pois cada segundo com você

E chuva, orvalho e sereno

Que molha e rega a vida de uma vida inteira

Que não deixa pegadas pela areia do tempo

Pois e um constante levitar de felicidades

Onde as pegadas são o próprio tempo.

TEMOS PRESSA?



Pare de olhar-me apenas!

Faça alguma coisa ou apenas vá

Não fique com essa cara

De quem viu um fantasma

Perceba e viva agora

Esse desejo de fundir

Os acenos chamativos

Meus sentimentos confusos ou equivocados

Ao seu incerto querer criança

Faça isso agora e sem demora

Pois a cada segundo que passa

Corremos perigo

De perder o abrigo do desejo inocente

Que só ama, mas é cego e desavisado.

Quanto tempo pode levar a sua alma menina

Para perceber que posso não ser uma idéia tão boa

Ou um desejo desejado e não um inventado?

Posso ser o brinquedo que se quebre ao primeiro toque

E meu amor antigo entrar em conflito

Com esse novo que lhe deu abrigo

Pois agora só importa

Que seja eu o deus e você a deusa

E tudo poder contigo

Ate mesmo apagar o tempo e o mundo

E viver o primeiro beijo

Depois de muitos

O primeiro sono de esperança

Depois da insônia ansiosa

Pois se a manhã chegar breve

Os sonhos acordarem cedo

E a realidade morta despertar

As lentes mágicas se quebrarem irremediavelmente

E revelar os medos e descompassos

Mostrando a verdadeira face sem véu.

Deixando um vácuo em nosso céu

Uma leve lembrança do que fomos ou somos

Quem sabe apenas um nada ou nunca?