quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Delírios Poéticos

Era mais uma daquelas noites insones
onde teria que escolher entre a tristeza profunda
ou a saudade escandalosa...
Ela tinha saído a pouco
foi tomar um banho relaxante
depois dormir exausta de gozo...
Estava apenas à alguns muitos quilômetros
mas eu a via perto pela janela
invisível como uma lua nova
dormindo era menina mais bela...
Sonava tranqüila a fêmea
é incrível como desfalecemos
quando a alma goza junto com o corpo...
As palavras que trocamos eram pura poesia
Não fizemos sexo, fizemos amor
Não a chamei de gostosa, mas a chamava de flor
Ela não falava: me coma
Mas sim: me toma por favor!!!
Ela em momento algum ficou molhadinha
Mas vertia mel de seu favo
construído entre suas coxas...
Pelo que imaginava de seu corpo
de formas lindas, perfeitas e generosa
meu corpo em delírio buscava o gozo
mas a alma pedia mais tempo...
Era uma relação sensual entre duas poesias
Descobri que quando a alma goza com poesia
O corpo não precisa ser tocado....

Quando o Amor Acontece

Sentia-me perdido entre pessoas
era como um vento forte
que soprava depois do meu pranto...
Faltava a tua presença!
Hoje, as ondas da incerteza
não lavam ou levam mais
a esperança de conhecer-te...
A minha velha solidão velha
e muito companheira
é mais antiga que a espera
mas hoje morrem em minha vida
as mato em meus pensamentos...
Vem!!!!
Tenho fome de ser amado sede de ser bebido
desejo voraz de ser devorado e devorar você...
Quero esse amor
mesmo que agora seja eterno ou efêmero
profano ou um feto
pois grávido desse amor quero gerá-lo como deus
sem o aborto de uma simples mortal...
Não importa se chegar brando e sereno
Ou chegar como tempestade forte
alagando e inundando todo o meu ser
com todos os sentimentos queridos ou traídos um dia
incompreendidos talvez quem sabe?
Queria poder te encontrar...
Encontrei!!!
Agora quero calar tua boca
que antes nada me dizia
com todos os beijos perdidos
guardados ou roubados.
E nesse oceano de anseios
deixar flutuar a vida
e afogar as dores ancestrais e futuras...
Te quero por inteira!
Me dou por inteiro!
Quem sabe um dia desminta ou confirme
esses sentimentos arribados da solidão
ou de paixões desvairadas e febris
de um corpo e alma, famintos de felicidade...
Mesmo assim, venha!!!
Toma minha alma!!
Abusa!!
Serve-te de mim...
Guarde-me em teu colo...
Carregue-me em teu ventre de deusa.
Ressuscita-me!
Corte-me em pedaços
esconda-me em varias partes do teu corpo
para que nunca me percas todo
pois, cada pedaço, sou eu inteiro
que se funde em tuas carnes
fazendo parte de você...
Ai, não mais importa
horas, dias, semanas ou os anos.
Viveremos apenas os segundos
Incontáveis e descompromissados
tempo que não pode ser contado
por relógios mortais...
Seremos apenas um...
Um todo...
Um tudo...
Onde nem a distancia ou a morte
corrompe ou separa,
ou mesmo a vida desgasta.
Vem!!!
Te quero!!!
Nem que seja por um segundo eterno.
Ou quem sabe, eternos segundos
onde poderei dizer...
!!!VOCE É MEU SONHO REAL!!!

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Silencio



Adoro o silencio e a paz quase sepulcral..
Ouvido no templo dos lamentos
Onde purgam pecados
Almas com saudades...
Nesse momento posso ouvir os ecos
De todas as palavras escritas
No futuro e no passado ...
Gosto dos murmúrios incompreensíveis
De todos os sentimentos conflitados...
Dos amores e ódios
Escondidos ou declarados
Correspondidos ou rejeitados...
O descolar de boca nos beijos nunca dados...
E a alucinação dos desejos inconformados..
Com isso faço poesia triste
Uma confissão desalentada da alma
De quem sofre por amor
E por muito e muito tempo
Vai cavalgar nessa dor....

O RIO



Passa lento o rio
Regando a terra
Lambendo seu seio
Descendo a serra...
Cheio de curvas 
Refrescando o chão
Lhe dando vida...
A terra saboreia essa caricia
Goza de prazer
Se abrindo mais e mais
E o rio
Penetra mais em suas entranhas
Lhe dando mais gozo e mais vida.
Não morre de fadiga
Por tanto prazer
Se abre ainda mais
Permitindo que o rio lhe rasgue
Marcando sua superfície
Como uma cicatriz viva.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Ponto de Que?

Ultimo Ato


Apagaram-se todas as luzes
Desci do palco cabisbaixo
Sabia que não era apenas
Mais um ato que findava
Era o fim do espetáculo
 “Nós Dois”....
Fomos perfeitos...
Cada um representou bem o seu papel
Você era a bailarina
E eu o menestrel...
Por muito tempo fomos aplaudidos de pé...
Não tinha platéia para o ultimo ato...
Apenas nós dois e um fato
Uma hora as luzes serão apagadas,
Independente da nossa vontade
Deveremos descer do palco das ilusões
Para o show da vida continuar...