segunda-feira, 27 de outubro de 2008

MUTANTE



Não sou o mesmo de ontem

Lembro de fatos e coisas passadas

Que se misturam com o presente

E com o futuro que consigo ver.

Os dias, horas e minutos

Contados no calendário de minha vida

Ou no relógio das experiências

Não me dão garantias que o tempo passou.

Transpus portas e portas

E muitas ainda vou transpor

Quando é hora de atravessá-las

É impossível fugir.

Esse caminhar sem tréguas

Sem saber porque ando para frente

Sempre, de maneira compulsiva

Como a desvendar algo oculto.

Parece uma viagem

Com quilômetros de coisa alguma

E que ao seu final

Chega-se a lugar nenhum.

Quando penso chegar ao fim

Vem-me a certeza inexorável

Que novamente estou começando

Algo maior que podia supor.

Todas as portas que transpus

A cada começo que deveria ser fim

Não conseguia nunca mais

Ser a mesma pessoa.

Vejo mais uma porta

Do outro lado, ruídos de uma oficina

Pressinto que constroem para mim

Um novo destino.

E como entrar

Em uma montanha russa

Que da medo, frio e vazio

A cada movimento desconhecido e brusco.

Que diferença faz

Para alguém como eu

Com tantos caminhos a seguir

E tantas opções a fazer???